A Síndrome do Olho Seco afeta milhões de pessoas em todo o planeta, levando a consequências sociais e econômicas.

O aumento do número de casos despertou a atenção de pesquisadores, médicos, da indústria farmacêutica e de sociedades com a Tear Film & Ocular Surface Society (TFOS), entidade que se destaca mundialmente ao estudo da síndrome e que produziu o relatório Dry Eye Workshop Society (DEWS II).

Além de reclassificar e redefinir Olho Seco, o DEWS II revela uma grande variação da prevalência global da doença, que fica ente 5% e 50%.

 

TRATAMENTO DO OLHO SECO

Segundo José Alvaro Pereira Gomes, Professor Ajunto Livre Docente do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), nos últimos 15 anos houve um boom em relação à fisiopatologia, diagnóstico e tratamento de Olho Seco.

“A primeira linha de tratamento do olho seco são os colírios lubrificantes e, como é um processo crônico, é preciso usá-los de forma contínua. Nos últimos anos houve um grande investimento em pesquisas e foram introduzidos vários novos medicamentos e estratégias terapêuticas”, explica.

Outro fato que surgiu recentemente e que contribuiu para o aprimoramento do tratamento foi o conhecimento de que 2/3 dos casos são evaporativos, relacionados à disfunção das glândulas Meibomianas.

“Todas as doenças ligadas a essas glândulas e pálpebras, as blefarites e meibomites, despertavam pouco interesse dos oftalmologistas até que se notou que as condições delas tinham relação com olho seco evaporativo. Por causa disso, nos últimos 10 anos começaram a surgir várias técnicas para melhorar a função dessas glândulas, diminuindo a evaporação da lágrima”, comenta Pereira Gomes.

Além dos lubrificantes, colírios imunomoduladores passaram a ser usados no tratamento da síndrome do Olho Seco, controlando o processo inflamatório da superfície ocular.

“O mais conhecido é a ciclosporina tópica, que tem sofrido modificações no aumento da concentração e no uso de frasco multidoses, visando assim ter mais aderência por parte dos pacientes”, conta.

Além da ciclosporina, outras moléculas imunomoduladoras têm sido utilizadas, como corticoides de superfície com nanotecnologia que proporcionam a diminuição dos efeitos colaterais.

Este ano, o país teve uma conquista voltada para os casos graves de Olho Seco, a aprovação pela ANVISA do colírio de soro autólogo.

Outra nova estratégia no tratamento da doença é o estímulo à produção de lágrima.

“Medicamentos secretagogos, sejam orais ou tópicos, estão sendo estudados principalmente pela indústria farmacêutica japonesa e estão entrando no mercado mundial, inclusive sendo associados a outras moléculas dos colírios lubrificantes”, explica Pereira Gomes.

Ainda para a produção da lágrima, há novas tecnologias como os equipamentos de estimulação neurossensorial que induzem que induzem o processo de lacrimejamento pelo estímulo da mucosa nasal (esses equipamentos ainda não chegaram ao país) e os sprays nasais com agentes colinérgicos.

Entre as novidades estão as técnicas para o tratamento das glândulas de Meibomius. O professor da UNIFESP comenta que entre elas está a luz pulsada, que tem ação térmica, vaso-oclusiva, neuro moduladora e que melhora a função dessas glândulas principalmente em pacientes com rosácea ocular.

“Outra tecnologia é a termo pulsátil, ou termomecânica, com aparelhos que aquecem até 42 graus – temperatura ideal para dissolver a gordura da Meibomius e, paralelamente, faz a drenagem das glândulas para eliminar a secreção que está alterada. Há duas tecnologias no mercado brasileiro e outras que estão entrando. Os aparelhos têm custo alto tanto para o oftalmologista como para os pacientes”, informa.

 

SPA PARA OS OLHOS

A evolução das ferramentas para o tratamento da síndrome levou à criação de um novo conceito, já adotado na Europa e nos Estados Unidos e que agora chegou ao Brasil, o SPA do Olho Seco

“O SPA visa oferecer um tratamento integrado, sem deixar de lado o cuidado em relação ao bem-estar geral do paciente”, comenta Pereira Gomes.

 

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO

Quando se fala em Olho Seco, um dos principais desafios está relacionado à aderência ao tratamento e por isso um ponto importante é a educação.

Se a pessoa trabalha em um lugar que tenha ar-condicionado, faz-se uso de hormônios ou de medicações para tratar, por exemplo, transtorno de humor também estará mais propensa a desencadear a síndrome”, exemplifica.

Segundo ele, é somente quando o paciente entende a natureza crônica que consegue aderir a um tratamento e seguir determinada linha de conduta.

 

Como procurar ajuda

A consulta com um médico oftalmologista é fundamental para um diagnóstico preciso e para definir o melhor tratamento.

Oftalmologia Pereira Gomes – mais de 100 anos de tradição e excelência em oftalmologia, com o carinho e o cuidado de sempre!

Clique aqui para agendar a sua consulta oftalmológica, ou se preferir ligue para (+5511) 3255-1603

Autores:

Dr. José Alvaro Pereira Gomes

Oftalmologia Clínica e Cirúrgica

CRM-SP: 66.306

Dra. Andrea Kfouri Pereira Gomes

Oftalmologia Clínica e Cirúrgica

CRM-SP: 67.382

 

Fonte: Adaptado de CANTERO, Christye. POR UM OLHAR SAUDÁVEL. Universo Visual, São Paulo, Ed. 122, p.(18-23), Dez/2021.

 

DECLARAÇÃO DE PRIVACIDADE

O compartilhamento dos posts é permitido com os devidos créditos à oftalmologiapereiragomes.com.br.

Cópias, reproduções e alterações do conteúdo sem o consentimento do(s) autor(es) são proibidas.

Clínica Oftalmológica Pereira Gomes Ltda. ©Todos os direitos reservados.