O termo conjuntivite é aplicado a qualquer processo inflamatório que afeta a conjuntiva desencadeado por processo infeccioso, alérgico ou traumático.

Tipos e causas de conjuntivite

Conjuntivites infecciosas

As conjuntivites infecciosas podem ser causadas por bactérias, vírus, Clamídia, fungos e protozoários, sendo os dois primeiros os agentes mais frequentes.

São classificadas de acordo com o tempo de aparição e duração da seguinte maneira:

  1. Hiperagudas: têm início em 12 horas e são causadas pelas bactérias Neisseria gonorrhoeae ou Neisseria meningitidis. Acometem neonatos, adolescentes com vida sexual ativa e adultos jovens. Possuem evolução muito rápida e podem evoluir para ceratite e perfuração da córnea.
  2. Agudas: têm duração de até três semanas. De início rápido, são frequentemente causadas por vírus, sendo o mais comum o Adenovirus. Também podem ser causadas por bactérias, das quais as mais comuns são: Staphylococcus sp., Streptococcus pneumoniae, Haemophilus sp., Moraxella, Corynebacterium diphtheriae, espécies de Neisseria e Enterococos.
  3. Crônica: de duração prolongada, maior que três semanas. Normalmente possuem evolução indolor e as etiologias mais comuns são a bacteriana e Clamídia.

Sintomas da conjuntivite

As conjuntivites infecciosas apresentam-se com sintomas de sensação de corpo estranho, ardência, fotofobia e lacrimejamento. Apresenta sinais inespecíficos, como vermelhidão, presença de secreção e edema conjuntival. No exame com lâmpada de fenda é possível distinguir o tipo de reação conjuntival presente, se do tipo papilar ou folicular, que de certa maneira podem direcionar o diagnóstico.

Atenção: Nos quadros de conjuntivite não é comum a diminuição da acuidade visual. Se a mesma se apresenta, deve ser descartado o acometimento da córnea ou processo inflamatório de outra etiologia, por exemplo, um quadro de uveíte.

A conjuntivite bacteriana caracteriza-se por um quadro unilateral de inflamação conjuntival, edema de pálpebras e secreção mucopurulenta de início rápido. O segundo olho tipicamente se vê afetado 1 ou 2 dias mais tarde. Nos casos de conjuntivites hiperagudas, o início é abrupto, e o olho acometido apresenta secreção purulenta verde amarelada abundante e inflamação severa da conjuntiva acompanhada de dor e nódulos pré-auriculares.

A conjuntivites virais, principalmente aquelas causadas pelo adenovírus, possuem caráter epidêmico e alta morbilidade ocular. Estas infecções se propagam em piscinas, através de gotas do trato respiratório ou pelo contato direto de mãos contaminadas com a superfície ocular. O quadro clínico habitual está caracterizado por uma conjuntivite folicular unilateral que se transforma em bilateral com o passar dos dias (5-7 dias), com inflamação conjuntival, secreção aquosa, alterações corneanas em diferentes graus e adenopatia pré-auricular. O período de incubação vai de 5-12 dias e a duração da conjuntivite é de 1 a 3 semanas.

Importante destacar a conjuntivite por Clamídia, que dependendo do grupo pode causar a ceratoconjuntivite de inclusão do adulto, considerada uma doença sexualmente transmissível, e o tracoma, que pode evoluir para um quadro cicatricial associado a alterações palpebrais e opacidade de córnea.

Diagnóstico e tratamento da conjuntivite

O diagnóstico da conjuntivite é clínico, normalmente sem necessidade de exame microbiológico. Este deverá ser solicitado nos quadros de conjuntivites hiperagudas e consiste no exame bacterioscópico (Gram), citológico (Giemsa) e cultivo (Ágar sangue, chocolate e Thayer Martin). Também se deve realizar exame laboratorial na suspeita de infecção por Clamídia (imunofluorescência direta ou PCR), em casos clinicamente inconclusos ou sem resposta ao tratamento.

No caso das infecções bacterianas, a terapêutica de preferência é o uso de antibióticos de amplo espectro, com a intenção de diminuir a duração do processo, a intensidade dos sintomas e evitar o retorno da doença. As conjuntivites hiperagudas produzidas por N gonorrhoeae em adultos e crianças devem ser tratadas com antibiótico, terapia sistêmica com ceftriaxona, desde que não haja contraindicações.

Ao tratamento sistêmico é adicionado o tratamento local, que consiste na irrigação do fundo de saco conjuntival com abundante soro fisiológico e na aplicação de um antibiótico tópico. No caso da conjuntivite por Clamídia, deve-se utilizar dose única de Azitromicina oral.

O tratamento das conjuntivites por adenovírus somente requer medidas de suporte a fim de aliviar os sintomas, como uso de compressas frias e de colírios lubrificantes. O uso de corticoides deve ser criterioso e somente está indicado em casos graves quando ocorre formação de membranas ou infiltrados sub-epiteliais na área central da córnea. Na dúvida consulte seu oftalmologista de confiança e jamais tome medicamentos por conta  própria.

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Autores:

Dr. José Alvaro Pereira Gomes

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