Julho Turquesa

O mês de julho é conhecido como “Julho Turquesa” e tem como objetivo conscientizar a população sobre a doença do Olho Seco. Esta condição dos olhos afeta milhões de pessoas em todo o mundo e pode causar desconforto significativo e impactar a qualidade de vida das pessoas afetadas.

O aumento nos casos de olho seco no mundo tem chamado a atenção de médicos, pesquisadores, indústria farmacêutica e associações que estudam o olho seco. No Brasil, a Associação de Pacientes com Olho Seco (APOS), uma organização não-governamental sem fins lucrativos fundada em 1996, tem se dedicado ao assunto e apoiado diversos projetos para divulgação do olho seco. A APOS em parceria com a TFOS (Tear Film & Ocular Surface Society) implementou em 2020 o Julho Turquesa: Mês de Conscientização sobre o Olho Seco.

Os sintomas do olho seco variam de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem:

• Sensação de corpo estranho ou areia nos olhos;
• Vermelhidão, ardor ou irritação ocular;
• Visão turva;
• Sensibilidade à luz;
• Olhos lacrimejantes (produção excessiva de lágrimas);
• Visão turva ou embaçada ao longo do dia, que melhora ao piscar.
• Desconforto na leitura, ao assistir televisão e em frente à tela do computador;
• Dor nos olhos.

É importante notar que a doença do olho seco não tratada pode levar a complicações mais graves, como úlceras na córnea e danos à visão. Portanto, é essencial procurar tratamento adequado o mais cedo possível.

Causas da Síndrome do Olho Seco

1. A síndrome do olho seco ocorre quando as glândulas lacrimais não produzem lágrimas adequadamente ou quando as lágrimas evaporam rapidamente. Existem várias causas para essa condição, incluindo:
2. Envelhecimento: À medida que envelhecemos, a produção de lágrimas diminui naturalmente, tornando os idosos mais propensos a desenvolver a síndrome do olho seco.
3. Ambientes secos: Viver em ambientes com baixa umidade, especialmente em climas áridos ou com ar-condicionado, pode levar ao ressecamento dos olhos.
4. Uso excessivo de dispositivos eletrônicos: O uso prolongado de computadores, smartphones e tablets pode reduzir a frequência com que piscamos, resultando em olhos secos.
5. Disfunção das glândulas palpebrais de Meibomius, produtoras do componente oleoso da lágrima.
6. Condições médicas: Certas doenças, como síndrome de Sjögren, artrite reumatoide, lúpus e diabetes, bem como doenças cicatriciais como Stevens-Johnson, podem causar a doença do olho seco.
7. Uso de medicamentos como antialérgicos, anti-hipertensivos e antidepressivos pode diminuir a produção de lágrima e induzir olho seco.
8. Procedimentos como cirurgia refrativa, cirurgia plástica nas pálpebras, cirurgia de catarata e outras podem induzir ou piorar a doença do olho seco.

A pandemia de Covid-19 mudou drasticamente nossos hábitos e rotinas, introduzindo o confinamento social e aumentando exponencialmente as horas passadas em frente a dispositivos eletrônicos em diversos aspectos de nossas vidas. O impacto no aumento dos casos de olho seco e outras doenças relacionadas a essa nova realidade já está sendo sentido pela sociedade e pela classe médica.

O diagnóstico da doença do olho seco é feito por um médico oftalmologista por meio de uma avaliação clínica detalhada. O médico analisa os fatores de risco e sintomas relatados pelo paciente, como sensação de areia nos olhos, vermelhidão, ardência, coceira e visão embaçada.

Além disso, o oftalmologista realiza testes para medir a produção e a qualidade da lágrima. Um dos testes mais utilizados é o teste de Schirmer, que consiste em colocar uma fita de papel filtro na pálpebra inferior por alguns minutos para medir a quantidade de lágrima produzida.

Outro teste comum é o teste de coloração com rosa bengala, verde lissamina ou fluoresceína, que serve para avaliar a integridade do filme lacrimal e a presença de danos na superfície ocular.

Além desses testes, o médico pode solicitar exames complementares, como a observação da estrutura das glândulas lacrimais por meio de uma técnica chamada de meibomiografia, ou exames de imagem da superfície ocular e do filme lacrimal.

É importante ressaltar que o diagnóstico da doença do olho seco deve ser feito por um médico oftalmologista, pois ele possui o conhecimento e a experiência necessários para realizar os testes corretamente e interpretar os resultados. O tratamento adequado só pode ser prescrito após o diagnóstico preciso da doença.

O tratamento do olho seco evaporativo associado à Disfunção das Glândulas de Meibomius inclui:

1. Lágrimas artificiais: uso de lubrificantes oculares tópicos para aliviar o desconforto causado pelo olho seco, fornecendo hidratação aos olhos.
2. Aquecimento das pálpebras: A aplicação de compressas quentes nas pálpebras pode ajudar a melhorar a produção de óleo das glândulas meibomianas, que são responsáveis por lubrificar os olhos.
3. Limpeza das pálpebras: realizada com xampu neutro diluído ou produtos similares também é indicada, para remover as crostas e resíduos que possam obstruir as glândulas.
4. A expressão das glândulas de Meibomius: procedimento realizado por um profissional de saúde ocular, no qual é aplicada pressão nas pálpebras para liberar uma substância oleosa produzida pelas glândulas de Meibomius que ajuda a lubrificar o olho.
5. Suplementação oral de ácidos graxos essenciais, como ômega-3, pode ser recomendada para melhorar a qualidade das lágrimas.
6. Medicamentos: Em casos mais graves, antibióticos tópicos e sistêmicos podem ser prescritos em casos de infecção secundária. Em alguns casos, corticosteroides tópicos ou imunomoduladores podem ser usados para controlar a inflamação.
7. Novas tecnologias como o uso da Luz Pulsada e dos dispositivos Lipiflow® ou i-Lux®, que utilizam calor regulado e compressão controlada, para desbloquear as obstruções glandulares e melhorar a produção de lágrimas. Esses tratamentos termomecânicos têm mostrado resultados promissores e apresentam benefícios como rapidez, mínima invasão, melhora imediata na qualidade das lágrimas após a primeira sessão e efeito duradouro. Além disso, reduzem a vermelhidão nos olhos, a necessidade de colírios e lubrificantes e melhoram o conforto ao usar lentes de contato.

No entanto, é importante enfatizar que cada caso é único e o tratamento mais adequado deve ser determinado por um oftalmologista, levando em consideração a gravidade da condição e as necessidades individuais do paciente.

Oftalmologista Especialistas em Olho Seco

Quando se trata de lidar com a doença do Olho Seco, é fundamental procurar a orientação de especialistas nessa área. O oftalmologista especializado em olho seco e superfície ocular é o profissional capacitado para diagnosticar e tratar essa condição ocular.

O projeto Julho Turquesa: Mês de Conscientização sobre o Olho Seco tem como objetivo alertar as pessoas sobre a importância de buscar diagnóstico e tratamento da doença do olho seco.

Conhecer as causas, sintomas e opções de tratamento para o olho seco é essencial para garantir a saúde ocular e melhorar sua qualidade de vida. Portanto, não hesite em consultar um especialista em olho seco se você estiver enfrentando sintomas relacionados a essa condição.

A Síndrome do Olho Seco é uma condição comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, causando várias consequências médicas, sociais e econômicas. Este distúrbio das lágrimas pode levar a áreas secas na superfície da conjuntiva e córnea, e em casos graves, pode causar perda de visão e ter um impacto significativo na qualidade de vida.

De acordo com estudos recentes, a prevalência de olho seco é maior do que se pensava anteriormente. Em 2022, nosso grupo da Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP) relatou que 24% da população da cidade de São Paulo tem olho seco (Prevalence and Risk Factors for Dry Eye Disease in Brazil: the São Paulo Dry Eye Study. Arq Bras Oftalmol 2022).

O clima seco (especialmente no inverno) e a poluição podem ter contribuído para a alta prevalência em comparação com outras regiões do país. Foi identificado que o problema é mais comum em mulheres e que existem outros fatores associados à condição, como idade, hipertensão e uso de medicamentos tópicos.

Outro estudo que publicamos (Dry Eye Prevalence and Main Risk Factors Among Undergraduate Students in Brazil. Plos One 2021) avaliou mais de 2000 estudantes universitários da UNICAMP e UNIFESP. Os resultados indicaram que 23% dos estudantes apresentavam sintomas ou histórico prévio de diagnóstico de olho seco, com maior incidência em mulheres. Outros fatores de risco identificados foram a duração do uso de computador/celular, menos de 6 horas de sono, uso de contraceptivos orais e uso de lentes de contato.

A Oftalmologia Pereira Gomes e o EyeSpa abraçam e contribuem intensivamente no Julho Turquesa – mês da Conscientização sobre o Olho Seco. Estamos equipados com equipamentos altamente especializados para diagnosticar e tratar seu olho seco.

Oftalmologia Pereira Gomes – mais de 100 anos de tradição e excelência em oftalmologia, aliando inovação e tecnologia à atenção e o cuidado da saúde dos seus olhos.