Como o uso intenso de telas de celulares e computadores pode afetar a sua saúde ocular.
O uso exagerado e incorreto das telinhas de celular, tablet, televisor e computador pode trazer sérios danos aos seus olhos. Saiba como proteger-se. Neste artigo você terá dicas em como se beneficiar dos seus aparelhos tecnológicos, sem comprometer a saúde de seus olhos.
Quando uma pessoa olha pela janela de casa por 15 minutos, costuma piscar em torno de 225 vezes. A cada piscada ocorre a lubrificação da superfície do olho e a troca da lágrima, que são fundamentais para a saúde ocular.
Por outro lado, se esta pessoa ficar o mesmo tempo olhando para a tela de um computador, o número de piscadas cai para 45, em média. É o que acontece na maior parte do dia, quando nos concentramos no celular, no notebook ou mesmo no papel, por lazer ou trabalho.
O efeito mais notável disso é o olho seco, que é caracterizado pela sensação de areia nos olhos, vermelhidão e visão embaçada que costumam piorar no final do dia.
Já para as crianças, o perigo é maior, pois o tempo dispendido no uso de telas de celular, notebook, televisores etc., pode desencadear ou agravar a miopia.
O cansaço visual é só a ponta do iceberg dos problemas oftalmológicos, e, sem dúvida, um bom pretexto para lançar luz sobre a saúde ocular. Afinal, nem todo mal se resolve com algumas piscadas.
O novo normal escancarou um comportamento que passou a assombrar os nossos olhos: a chamada “síndrome da visão de computador”. Ainda não há pesquisas confiáveis para avaliar sua prevalência exata e o aumento após a pandemia, mas o fato é que ficar o tempo todo olhando para um tela de computador ou de celular cobra o seu preço.
Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SOB), até 90% das pessoas que passam mais de três horas por dia na frente de dispositivos eletrônicos têm sintomas de fadiga visual. Fora o já citado ressecamento pela falta de piscadas, a musculatura do globo ocular também é pressionada.
Para distinguir objetos próximos, um músculo se contrai e altera a forma do cristalino, lente intraocular natural por onde a luz passa até chegar ao fundo do olho. É esse movimento que ajusta o foco. Ao olhar para longe, esta musculatura relaxa.
Mais uma condição que causa incômodos é a doença do olho seco, quando há alterações na composição ou na produção das lágrimas. Entre outros fatores, poluição, variações hormonais da menopausa e certos medicamentos interferem na lubrificação natural. Daí é o caso de investigar e atacar essas outras causas, quando possível.
De nada adianta comprar lentes e óculos especiais se o objetivo for colocar os olhos para trabalharem sem pausa. Além dos intervalos, algumas outras medidas são bem-vindas, como o uso de lágrimas artificiais, que minimizam o ressecamento.
A Covid-19 ataca os olhos?
O coronavírus infecta o organismo e inicia seus estragos pelas vias aéreas, mas o olho também pode ser sua porta de entrada, ainda que mais raramente.
No início da pandemia, a preocupação com manifestações na região ocular era maior. Hoje se sabe que elas são raras.
Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) analisou 1.740 infectados e pouco mais de 100 tinham problemas nos olhos, sendo a conjuntivite o mais frequente. Agora os médicos se debruçam sobre os efeitos pós-covid na saúde dos olhos.
Indivíduos recuperados de quadros severos podem ter distúrbios secundários ali em função da inflamação sistêmica. Nessa linha, se investiga o aumento no risco de olho seco e lesões na retina.
Dicas de como usar as telas de celulares, tablet´s e computadores com segurança
Use óculos
A sensação de cansaço e a dor de cabeça podem vir, na verdade, da necessidade de óculos. Na dúvida, fale com o oftalmologista.
Ajuste a ergonomia
A tela deve estar entre 35 e 50 cm de distância logo abaixo da linha dos olhos, para que o pescoço não fique curvado por horas. Para isto, você pode empilhar um suporte, uma caixa ou mesmo livros embaixo do monitor.
Lembre-se de piscar
Lembrar de piscar é muito importante.
Deixe a luz entrar
Prefira a luz natural a luz artificial. A luz natural deve iluminar o ambiente, mas sem refletir nas telas, o que dificultaria a visualização e intensifica a fadiga ocular.
Ajuste o brilho da tela do dispositivo
Se a tela brilha muito, o desconforto ocular é maior. As configurações do monitor devem ser ajustadas de acordo com o ambiente.
Ajuste o tamanho da letra
Caracteres muito pequenos exigem maior esforço de foco da musculatura ocular.
Regra dos 20
A cada 20 minutos, pare por 20 segundos, olhe pela janela e mire algo a cerca de 6 metros de distância.
Descanse a cada 2 horas
Estabeleça intervalos maiores, de cinco ou dez minutos, ao longo do dia. Só não vale olhar o celular ou ler, senão o olho não descansa.
Com estes cuidados simples, podemos continuar usufruindo de nossos aparelhos tecnológicos, sem com isto, causar danos, muitas vezes irreversíveis a nossa visão.
Consulte o seu oftalmologista
É importante manter as suas consultas em dia com o oftalmologista, que poderá diagnosticar problemas com rapidez e iniciar o melhor tratamento.
Como procurar ajuda
A consulta com um médico oftalmologista é fundamental para um diagnóstico preciso e para definir o melhor tratamento.
Oftalmologia Pereira Gomes – mais de 100 anos de tradição e excelência em oftalmologia.
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Autores:
Dr. José Alvaro Pereira Gomes
Oftalmologia Clínica e Cirúrgica
CRM-SP: 66.306
Dra. Andrea Kfouri Pereira Gomes
Oftalmologia Clínica e Cirúrgica
CRM-SP: 67.382
Fonte: Veja Saúde, abril-2021.
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