A primavera está chegando, e com ela aumentam-se os casos de alergia ocular. Alergia ocular é uma reação alérgica que acomete os olhos e/ou as pálpebras. As reações alérgicas são respostas disfuncionais do sistema imunológico (sistema de defesa do corpo) a uma determinada substância, que é chamada de alérgeno. No caso de acometer a conjuntiva é chamada de conjuntivite alérgica. Acomete mais frequentemente pacientes atópicos, que possuem outros tipos de alergia, como asma e dermatite atópica.
Causas da Conjuntivite alérgica
Os alérgenos mais comuns são: ácaros (poeira), pólens, pelos de animais como cão ou gato, alimentos como frutos do mar, medicamentos, cosméticos (maquiagens, perfumes, sabonetes, etc) e diversas outras substâncias, como tintas, solventes, agrotóxicos, inseticidas e agentes irritantes como a poluição e a fumaça de cigarro.
Sintomas
Os pacientes costumam se queixar principalmente de:
- Prurido (coceira) nos olhos;
- Vermelhidão;
- Fotofobia (sensibilidade à luz);
- Lacrimejamento;
- Sensação de queimação/ardência;
- Inchaço ao redor dos olhos;
- Inchaço da conjuntiva (quemose);
- Secreção aquosa;
- Sensação de areia/cisco nos olhos;
- Embaçamento da visão.
Tipos de alergia ocular
A conjuntivite alérgica sazonal se associa à rinite, asma ou dermatite em forma de exacerbações durante certos períodos do ano. Por outro lado, na conjuntivite perene, os sintomas são leves, apresentando-se de forma contínua durante todo o ano.
A ceratoconjuntivite primaveril ou vernal tem como característica principal seu início precoce em crianças portadoras de outras enfermidades alérgicas e um curso prolongado de 5 a 10 anos, com tendência a melhorar na puberdade. Clinicamente, pode apresentar-se com um padrão palpebral (macropapilas no tarso superior), límbico (com edema e nódulos de Horner-Trantas) ou misto. Frequentemente a córnea encontra-se comprometida, seja por ceratite ponteada ou pela úlcera em escudo. Estas lesões na córnea denotam intensa atividade inflamatória.
A ceratoconjuntivite atópica é rara e frequentemente ocorre em adultos entre 30 e 50 anos que possuem história de atopia. Caracteriza-se por ser crônica, com pouca possibilidade de remissão e apresenta alta morbilidade ocular. Clinicamente, o paciente apresenta-se com alterações na pele periocular e blefarite, conjuntiva hiperemiada com presença de hipertrofia papilar, cicatrização conjuntival e, nos casos mais graves, com opacidade e neovascularização da córnea que muitas vezes comprometem a visão.
A conjuntivite papilar gigante caracteriza-se pela formação de papilas gigantes na conjuntiva tarsal superior devido a uma reação de hipersensibilidade desencadeada pelo contato mecânico da conjuntiva com próteses, lentes de contato ou fios de sutura.
Tratamento da Conjuntivite alérgica
Todo paciente com alergia ocular deve procurar identificar os fatores desencadeantes das crises a fim de evitá-los e comprometer-se com o uso correto das medicações prescritas.
O tratamento baseia-se na gravidade dos sinais e sintomas e divide-se em medidas gerais e medicamentosas. As medidas gerais aplicáveis a qualquer tipo de alergia ocular em estado agudo, incluem promover o alívio dos sintomas mediante compressas frias com água limpa, aplicadas sobre os olhos fechados, e instilação de colírios lubrificantes com a intenção de facilitar a eliminação dos alérgenos da superfície ocular.
O tratamento medicamentoso baseia-se no uso de produtos de ação combinada que conferem rápido alívio dos sintomas durante as crises (ação anti-histamínica) e que permitem evitar recorrências (ação estabilizadora de membrana de mastócitos). Pode-se também utilizar imunomoduladores tópicos, como a ciclosporina e o tacrolimus.
As crises das conjuntivites vernal e atópica devem ser tratadas com corticoides tópicos em altas doses durante um curto período de tempo. Na conjuntivite papilar gigante deve-se suspender o agente desencadeante e, dependendo dos sintomas, indica-se o uso de medicação tópica.
Atenção: As conjuntivites alérgicas podem estar associadas a outras alterações oculares como ceratocone (decorrente do ato de coçar os olhos), catarata e hipertensão ocular (associados ao uso crônico de corticoides). Aqui na Oftalmologia Pereira Gomes todos os testes e exames são realizados em um só lugar, assegurando rapidez no diagnóstico e tratamento.
Como prevenir as alergias oculares
Algumas medidas podem evitar ou ajudar a controlar as crises de alergia ocular. São elas:
- Use capas antiácaros nos colchões, travesseiros e sofás: lave-as e troque-as com frequência, pelo menos uma vez a cada semana;
- Evite o uso de produtos e cosméticos fora da validade: eles podem provocar irritações nos olhos e pálpebras;
- Escove diariamente os seus animais de estimação, e leve-os para passear e tomar sol todos os dias;
- Mantenha as janelas de sua residência sempre abertas durante o dia para reduzir e dispersar as impurezas e a poeira do ambiente;
- Mantenha a casa limpa e arejada: use panos úmidos para limpar o chão e evite varrer para não levantar partículas de poeira;
- Utilize lágrimas artificiais para lavar os olhos dos alérgenos transportados pelo ar: pergunte ao seu oftalmologista quais são as melhores opções para você;
- Reduza, sempre que possível, o uso de lentes de contato ou mude para lentes descartáveis diárias para reduzir o acúmulo de alérgenos;
- Evite levar as mãos aos olhos para coçá-los: a fricção libera mais histamina e piora os sintomas da alergia.
Como procurar ajuda
A consulta com um médico oftalmologista é fundamental para um diagnóstico preciso e para definir o melhor tratamento.
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Autores:
Dr. José Alvaro Pereira Gomes
Oftalmologia Clínica e Cirúrgica
CRM-SP: 66.306
Dra. Andrea Kfouri Pereira Gomes
Oftalmologia Clínica e Cirúrgica
CRM-SP: 67.382
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